Infecção urinária: mais comum entre as mulheres. Previna-se!

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A infecção do trato urinário (ITU) é uma condição bastante comum entre as mulheres, resultando, apenas no Brasil, em quase 7 milhões de visitas ao consultório, 1 milhão de atendimento em serviços de emergência e cerca de 100 mil hospitalizações anualmente.

Cerca de 20% das mulheres terão, no mínimo, um quadro de infecção urinária durante a vida. Sem diagnóstico e tratamento realizado corretamente, a doença pode evoluir para estágios mais graves.

O diagnóstico é em geral bastante simples e requer apenas um exame simples laboratorial de urina. Para algumas situações, podem ser solicitados também a pesquisa da bactéria através de uma coloração (coloração de Gram) e a urocultura.

A infecção urinária envolve mais frequentemente o trato urinário baixo (uretra e bexiga), mas também pode atingir rins e ureteres.

Principais causas

A infecção urinária acontece a partir da proliferação de bactérias nocivas, comprometendo, aos poucos, o funcionamento do sistema urinário. Inicialmente assintomática, a infecção pode se tornar bastante incômoda com o passar do tempo. Confira os principais sintomas:

  • Incontinência urinária: urinar sem intenção, por falta de autocontrole, caracterizada por pequenos escapes ao longo do dia.
  • Desconforto ao urinar: com a inflamação do trato urinário e em especial da uretra, vem a ardência contínua e dores pulsantes na saída da urina.
  • Dores pélvicas: a hipersensibilização do trato urinário pode causar dores na região pélvica ou na parte inferior do abdômen, podendo irradiar com pontadas ao fazer determinados movimentos ou se exercitar.
  • Febre recorrente: o sintoma é decorrente da presença e proliferação de bactérias que causam a infecção urinária.
  • Mudança na cor da urina: podendo apresentar coloração mais escura ou até mesmo presença de sangue.

Prevenção e cuidados

A infecção urinária dificilmente é transmitida entre as pessoas. O mais comum é que pequenos descuidos na rotina do dia a dia levem ao desenvolvimento da doença.

Falhas na higiene íntima, por exemplo, permitem que microrganismos do trato gastrointestinal (como a Escherichia coli) cheguem à região do reto/ânus e, com o tempo, se espalhem para os órgãos genitais e para o trato urinário.

O uso de peças íntimas apertadas e com tecidos que dificultam a transpiração da pele, ou que retêm o suor por mais tempo, elevam a temperatura da região, tornando o ambiente perfeito para o crescimento de colônias de bactérias.

Por fim, a baixa ingestão de água no dia a dia reduz o volume de urina, que é importante para a eliminação não só de toxinas, mas também de microrganismos.

Embora não se trate de uma infecção sexualmente transmissível (IST), a prática de penetração anal, seguida de penetração vaginal, por exemplo, pode transportar as bactérias de um canal para o outro, levando à infecção.

Há, ainda, algumas situações que podem aumentar as chances de infecção urinária. Por este motivo, pessoas nestas condições precisam ter atenção redobrada:

  • Obesidade: o aumento da micção em função da elevação da pressão no trato urinário, por conta do aumento de peso na região abdominal fazem com que haja maior frequência de esvaziamento da bexiga. Assim, os cuidados com higiene devem também aumentar.
  • Diabetes: o volume de glicose gera disfunção imunológica e altera a composição da urina, pois o excesso da glicose é eliminado por meio dela. As bactérias podem utilizar esse material como fonte de alimento para se reproduzir.
  • Menopausa: leva a alterações do microbioma vaginal (flora vaginal), podendo desencadear aumento de bactérias indesejáveis na região e, consequente, contaminação da uretra.

 Mais comum entre mulheres

A infecção urinária atinge com mais frequência as mulheres. O motivo disso é a anatomia do corpo feminino, que possui a uretra mais curta que nos homens. Como resultado, o caminho até a bexiga é mais acessível para as bactérias. Além disso, a proximidade da vagina ao ânus também aumentam a possibilidade de contrair uma infecção urinária.

Na gravidez, a infecção urinária fica ainda mais frequente. Na gestação, há a expansão contínua do útero, alterando a posição do trato urinário, aumento da frequência de disfunções urinárias envolvendo retenção urinária e incontinência urinária, redução da ingestão de líquidos para evitar as idas cada vez mais frequentes ao banheiro e a dificuldade em realizar a higiene no final da gravidez. Todos estes fatores podem contribuir direta e indiretamente para a proliferação de bactérias.

Por este motivo, durante o pré-natal, é comum a solicitação de exames para avaliar a possibilidade dessa infecção, evitando complicações tanto para a mãe quanto para o feto. Uma infecção urinária sem tratamento, durante a gravidez, pode levar a choque séptico, pré-eclâmpsia e parto prematuro.

Tratamento e prevenção

O tratamento da infecção urinária é, em geral, simples e rápido. O principal medicamento, do tipo antibiótico, eliminará a infecção, e poderá ser acompanhado de outros para aliviar sintomas, conforme cada caso.

O médico também aproveitará para verificar possíveis causas, orientando a paciente sobre maneiras de prevenir quadros de reinfecção. Entre as recomendações, estarão a importância da hidratação adequada, utilização de métodos contraceptivos nas atividades sexuais e cuidados de higiene íntima.

 Confira outros pontos importantes para manter a saúde íntima em dia:

  • não usar cosméticos, remédios, manipulados ou produtos com substâncias químicas na região íntima sem orientação médica
  • evitar segurar a urina sem necessidade
  • não compartilhar roupa íntima com outras pessoas
  • não usar duchas higiênicas de terceiros
  • hidratar-se adequadamente ao longo do dia
  • manter consultas médicas de rotina e a realização dos exames solicitados pelo médico
  • realizar a higiene íntima apenas com produtos próprios para esta região ou sabonete neutro, lavando apenas a parte externa na vagina
  • troque a roupa íntima diariamente após o banho e dê preferência às peças de algodão
  • após urinar, o movimento do papel higiênico deve ser sempre da vagina para o ânus, para que bactérias da região anal não sejam trazidas para o órgão genital
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